IMPACTO DA MELHORIA DO PROCESSO DE TRABALHO DA EQUIPE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS DE ITAGIBÁ-BA.

Apresentação

Nos períodos recentes, as arboviroses emergiram como uma significativa preocupação devido ao seu considerável impacto na morbidade e mortalidade, bem como suas implicações nos serviços de saúde. Estas enfermidades, causadas por arbovírus, incluem a dengue, Zika, Chikungunya e a febre amarela, as quais são transmitidas pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, respectivamente. Neste cenário, os Agentes de Combate às Endemias (ACEs) têm desempenhado um papel crucial na identificação e eliminação dos criadouros potenciais destes vetores. É importante ressaltar que o êxito do trabalho dos ACEs depende do apoio da gestão municipal para a implementação de medidas de controle vetorial, bem como de programas de Educação em Saúde e Educação Permanente, promovidos em locais que funcionem como multiplicadores e reforçadores dos cuidados necessários. Nesse sentido, é relevante destacar as adaptações no processo de trabalho que aprimoram o desempenho das ações realizadas pela equipe de ACEs entre os anos de 2021 e 2023, baseando-se tanto nos dados de óbitos disponíveis no Sistema do Programa Nacional de Controle da Dengue (SisPNCD), quanto na observação da realidade de saúde encontrada.

Objetivos

Descrever as ações de melhoria do processo de trabalho dos Agentes de Combates às Endemias como forma de diminuir o índice de infestação pelo Aedes aegypti

Metodologia

O estudo investigou o impacto das melhorias no processo de trabalho dos ACEs na redução da infestação pelo mosquito Aedes aegypti e no número de casas recuperadas. Os resultados destacaram a eficácia das ações. O planejamento envolveu sete ciclos de trabalho, com intervalos de 45 dias. Foram realizadas visitas diárias aos imóveis, priorizando casas fechadas aos sábados para acessar residências não alcançadas durante a semana o que foi crucial para eliminar possíveis criadouros do mosquito. As operações de varredura em áreas próximas a locais com notificações de casos foram estrategicamente planejadas, ampliando a busca por focos do mosquito e permitindo a aplicação de medidas preventivas. O bloqueio costal, com a aplicação de larvicida conforme a legislação vigente, ajudou a interromper o ciclo de transmissão. A equipe multiprofissional promoveu educação em saúde continuamente em várias instituições, como escolas, creches, igrejas e grupos de convivência, durante todo o ano, independentemente do período endêmico. O matriciamento reforçou o conhecimento sobre as arboviroses, capacitando os profissionais para ações efetivas. A disponibilidade de uma motocicleta exclusiva para os ACEs facilitou a varredura em locais de difícil acesso. Os “Dias D” de mobilização contra a Dengue envolveram a comunidade na prevenção, e a articulação com os Agentes Comunitários de Saúde em áreas de risco reforçou a abordagem integrada na luta contra as arboviroses.

Resultados

Após a implementação das estratégias, foi observada uma redução significativa no índice de infestação predial. Os dados indicam uma diminuição de cerca de 40% na densidade de mosquitos nas áreas atendidas pelos ACEs. Durante os sete ciclos de trabalho, entre os anos de 2021 e 2023, os ACEs conseguiram recuperar um total de 8.060 casas fechadas, principalmente aos sábados. Essas residências foram inspecionadas, tratadas e tiveram seus criadouros eliminados. Essa abordagem proativa foi fundamental para evitar a proliferação do mosquito em áreas de maior risco. Considerando que cada casa recuperada representa um potencial foco de reprodução do Aedes aegypti, podemos estimar que essas ações evitaram a eclosão de um número expressivo de larvas do mosquito, uma vez que foram tratados 7.487 reservatórios focados. Essa redução direta na população de mosquitos contribui para proteger a saúde da comunidade. A continuidade dessas estratégias é fundamental. Os ACEs devem manter a frequência das visitas domiciliares, o matriciamento com outros profissionais de saúde e a educação em saúde. O investimento contínuo nessas ações garantirá resultados duradouros e a manutenção da baixa infestação pelo Aedes aegypti. Em resumo, os dados quantitativos confirmam o impacto positivo das ações dos ACEs na redução da infestação pelo mosquito vetor. Esses resultados reforçam a importância de estratégias integradas e do comprometimento contínuo com a saúde pública

Conclusões

Em conclusão, as ações de melhoria implementadas pelos ACEs desempenham um papel fundamental na redução da infestação pelo Aedes aegypti. Esta abordagem abrangente, que combina busca ativa, educação e estratégias específicas, contribui significativamente para a proteção da saúde da população. Além disso, a gestão participativa e colaborativa é essencial para o sucesso dessas iniciativas, garantindo o engajamento de toda a comunidade na luta contra as arboviroses.