PROCESSO REGULATÓRIO DAS VAGAS OFERTADAS NA POLICLÍNICA REGIONAL DE SAÚDE EM IRECÊ

Apresentação

A regulação do acesso aos serviços ambulatoriais e de média complexidade demandam uma reorganização administrativa, a fim de oportunizar o acesso em tempo oportuno dos usuários aos serviços de saúde do SUS. Nessa perspectiva, o processo regulatório do acesso aos serviços de saúde aponta para a necessidade do matriciamento dos gestores e reguladores municipais para o aproveitamento das vagas disponibilizadas. Para além disso, é necessário mecanismos de gestão e controle do absenteísmo para a efetividade do acesso aos serviços de saúde. Assim, na perspectiva de gerenciar e controlar indicadores de aproveitamento das vagas ofertadas na unidade, instituímos um planejamento estratégico situacional em saúde para utilização efetiva dos serviços e ações disponibilizados para cada municípios na Policlínica Regional de Saúde em Irecê.

Objetivos

Objetivo Geral: Analisar o percentual de aproveitamento da utilização das vagas ofertadas em consonâncias com as respectivas necessidades de saúde dos usuários.

Metodologia

Frente a não priorização dos pacientes, regulação incipiente e elevado absenteísmo, instituímos uma ação intensificada de saúde aos finais de semana para oportunizar o acesso aos usuários que desenvolvia atividades laborais durante a semana ao ponto que reduziríamos as demandas reprimidas de algumas especialidades como colonoscopia, ressonância nuclear magnética e tomografia computadorizada. Com base nesses elementos, construímos os momentos do Planejamento Estratégico Situacional que utilizamos como método: – Momento Explicativo: Selecionamos e analisamos os problemas que emergiam do processo regulatório na unidade através da técnica de brainstorming (chuva de palavras). Após sua seleção aplicamos a planilha de priorização dos problemas (Matriz Gut) – Momento Normativo: Nesse momento desenhamos a situação-objetivo e as propostas de intervenção no cenário regulatório das vagas ofertadas para modificar os problemas (não aproveitamento) de maneira positiva definindo quais resultados esperávamos alcançar. – Momento Estratégico: Neste momento, realizamos a análise de viabilidade do plano de ação, estruturando as possíveis dificuldades e desafios encontrados durante o processo de planejamento e implementação – Momento Tático-Operacional: Emergiu a necessidade de estruturação de um fluxograma que definisse os critérios necessários do acesso. Ademais sistematizamos a adoção do regulador plantonista nos municípios e a gestão do próximo horário no sistema operacional (SIGES).

Resultados

Podemos evidenciar que os resultados se demonstram salutares, considerando que conseguimos alcançar em 16 finais de semana de intervenção um percentual de 100% de aproveitamento das vagas ofertadas. Para além disso, observa-se resultados na qualidade de vida dos pacientes que aguardavam por um exame ou consulta e com a efetivação do serviço pode montar seu plano de cuidado em consonância com a equipe multiprofissional. Outro resultado a destacar é a otimização dos recursos, primando pelo conceito da efetividade a partir da habilidade de ser eficiente e eficaz ao mesmo tempo, atingimos as metas definidas no prazo e orçamento estabelecidos com resultados satisfatórios. Os resultados demonstram um fortalecimento da regionalização, ao ponto que coloca os gestores municipais como atores principais do processo regulatório dos serviços de saúde em seus respectivos territórios, demonstrando também a possibilidade de melhorar o processo regulatório com um planejamento estratégico situacional construído por todos os atores envolvidos, mitigando as causas que implicam no não aproveitamento das vagas disponibilizadas nos serviços de saúde.

Conclusões

Como visto, os maiores desafios para a regulação do acesso expressos nos, oferece uma panorâmica dos entraves enfrentados pelos gestores e profissionais reguladores da saúde. Demonstra a necessidade de criação de mecanismos de gestão e ações que contemplem a todos no acesso aos serviços de saúde. Essas ações devem se iniciar pela ampliação da capacidade de reconhecimento da realidade dos gestores e reguladores municipais e pela implementação de políticas ministeriais que possibilitem a melhoria da regulação garantindo o acesso e a equidade dos serviços. Em resposta aos fatores limitantes, recomenda-se: a) melhoria na organização do fluxo assistencial na atenção especializada b) qualificação dos trabalhadores na utilização dos diversos sistemas de planejamento e regulação e) integração entre a atenção primária e a especializada.