ESTRATÉGIA EDUCATIVA EM GRUPO PARA MELHORIA DA ADESÃO DOS HIPERTENSOS DO GÊNERO MASCULINO.

Apresentação

A hipertensão arterial (HA) é um dos principais fatores de risco modificáveis para morbidade e mortalidade em todo o mundo, sendo um dos maiores fatores de risco para doença arterial coronária, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal (Feitosa et al, 2023). Nesse contexto, a Atenção Primária de Saúde (APS) tem a importante atribuição de ser a entrada preferencial do sistema de saúde, reconhecendo o conjunto de necessidades e impactando positivamente nas condições de saúde da população (Girão & Freitas, 2016). Diante desse cenário, o município de Dom Basílio, região de saúde de Brumado, pertencente ao Núcleo Regional de Saúde Sudoeste possui 5 unidades de saúde da família, com 100% de cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF). Em 2023, o município apresentou uma elevada prevalência de hipertensos com estimativa de 2.748 portadores dessa condição crônica. Sendo que, 33% destes do gênero masculino não realizava uma adesão ao acompanhamento na USF02. Nessa perspectiva, embora existam políticas públicas voltadas para a saúde do homem, o enfoque na importância do autocuidado com a saúde da população masculina costuma ser menos noticiado (Garcia, 2019). Esse autocuidado, atrelado ao apoio do profissional de saúde, é uma prática recente e se exprime no uso de tecnologias e pode ser instrumentalizado mediante a aplicabilidade da educação em saúde como método de corresponsabilização do usuário pelo cuidado (Lima et al., 2019 Silva et al., 2021).

Objetivos

Ampliar ações de promoção e prevenção em saúde com usuários do sexo masculino portador de HAS, com o intuito de melhorar a adesão ao acompanhamento em uma unidade de saúde do município de Dom Basílio, Bahia.

Metodologia

Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, vivenciada pelos residentes do Programa Estadual de Residência Multiprofissional Regionalizado em Saúde da Família da Escola de Saúde Pública da Bahia, durante o projeto de intervenção Fortale (ser) ainda em vigência, voltado para os hipertensos do gênero masculino em uma unidade de saúde no município de Bom Basílio-BA. Estabeleceu-se estratégias e metas por etapas. Na primeira etapa, realizou-se o levantamento do diagnóstico situacional de saúde na área adscrita, através de um questionário aplicado pelos agentes comunitários de saúde (ACS) para conhecer o perfil do usuário, depois de análise do levantamento e delimitação por uma das microáreas, em uma comunidade centralizada, Várzea do Miguel, sendo uma das mais distantes e a que apresentava mais vulnerabilidades e menos acesso aos serviços. Nessa segunda etapa, em execução, foi criado um grupo Fortale (Ser), onde foram estabelecidos 5 encontros em formato de roda de conversa. Ocorrendo sempre uma parte teórica e outra pratica (alongamentos, avaliação nutricional, testes rápidos, etc) com temas e dinâmicas distribuídas sobre o controle da hipertensão, outros agravos e melhor qualidade de vida para os hipertensos. No último encontro, os participantes responderão um questionário para avaliação da intervenção. Para a última etapa do projeto pretende-se, um apoio matricial/educação permanente com toda a equipe da unidade e dos resultados da experiência.

Resultados

Os resultados dessa intervenção evidenciam a importância dessa estratégia e a possibilidade dos profissionais de saúde a utilizarem de forma eficaz na promoção da saúde, visto que, a adoção dessas ações, por meio dos grupos educativos caracterizaram como um instrumento positivo no incentivo à adequação de alguns comportamentos para a promoção da melhoria dos níveis pressóricos, bem como a ampliação da participação e adesão nas consultas de rotina com seguimento individualizado.

Conclusões

Percebe-se no estudo que um maior número de usuário demonstrou interesse e participação na intervenção em grupo. Assim, salienta a importância da realização de intervenções de educação para saúde, com a finalidade de promover o empoderamento do paciente no reconhecimento da doença, bem como no entendimento da necessidade e importância da adesão às consultas, bem como ao tratamento farmacológico e não farmacológico. Ressalta-se a necessidade de novos estudos, visto que, poucos artigos se reportam à perspectiva de formação da “consciência crítica” sobre saúde.