FORTALECENDO A RAPS:FORMULAÇÃO DO PROJETO DE SAÚDE MENTAL DE CATU, COM AÇÕES EM TODOS OS NÍVEIS

Apresentação

Diante do cenário da reavaliação dos produtos longitudinais da reforma psiquitricas e luta antimanicomial no Brasil e na Bahia , se levantam questões pertinentes e transversais em relação ao tímido avanço da mesma na consolidação da rede de saúde mental nos municípios, com enfase em algumas problemáticas concretas e muito difíceis de serem superadas, como por exemplo: a consolidação dos caps como espaço libertário , de convivência e conquista de autonomia, reforçando a inclusão e exercício cidadão dos usuários do serviço a mudança paradigmatica em relação a maneira de fazer saúde mental nos serviços, e em especial no caps, ainda centralizando, muitas vezes, no médico e na medicação o sinônimo de cuidado a manutenção do imaginário perceptivo e de atuação prática de familiares, usuários, trabalhadores e sociedade em geral em relação aos cuidados em saúde mental, reforçando ainda uma lógica de pensar manicomial. O que nós leva a necessidade de um projeto mais robusto e muito claro sobre seus objetivos , a partir de suas práticas cotidianas e embates com diversos órgãos, atores e instituições que compõem o universo do cuidado em saúde mental. Tal cenário exige dos municípios um posicionamento mais firme sobre a construção e consolidação de um projeto consistente de saúde mental municipal, que contemple e valorize a percepção de uma saúde mental contemporânea que leve em consideração os preceitos da reforma, desde a lei 10216 de 2001.

Objetivos

Temos como objetivos ampliar e enriquecer a discussão sobre os produtos da reforma psiquiátrica e luta antimanicomial no Brasil e na Bahia , mais de 20 anos depois do início desse processo no país, considerando a necessidade de avaliar com mais precisão e censo crítico o quanto avançamos nessa questão e o quais são os principais entraves que levantam barreiras para esse avanço, bem como propor possibilidades metodológicas, de ação, procedimentos, notas técnicas e filosofia de funcionamento, que possam ajudar a consolidar tanto a raps, como caps como espaços mais condizentes com a reforma e luta antimanicomial e duas diretrizes, bem como refletir mais criticamente sobre os por menores que precisam ser revistos quanto a isso, inclusive no que tange a variáveis secundárias que influenciam diretamente no resultado desse processo, como a montagem das grades curriculares dos cursos na área da saúde , as quais tem formados mais tecnólogos que trabalhares de saúde criativos.

Metodologia

Analise qualitativa das práticas e experiência da coordenação de saúde mental municipal e coordenação do caps de catu, as quais, tomadas em análise, e considerando que o caps geralmente é referência em saúde mental em muncipios menores, o que compõe a maioria dos municípios baianos, analisando qualitativamente as ações da unidade e das coordenações como disparador das reflexões e provocações no municipio em relação ao projeto de saúde mental municipal e os efeitos disso na consolidação e construção do projeto municipal de saúde mental da cidade de catu, interior fixado na região metropolitana de salvador.

Resultados

Observou se que é muito necessário que atores com conhecimento longitudinal e histórico sobre o incio e evolução da reforma possam compor o espaço de construção e de gestão relacionado a gerência de saúde mental nos municípios, que a descontinuidade de vínculos interfere diretamente, de forma negativa, nesse processo evolutivo da implementação e consolidação da das RAPS e consolidação de um formato de funcionamento mais condizente com as diretrizes da reforma e da luta antimanicomial, bem como somado a isso é necessário a partipação nesse processo de técnicos com conhecimento específico na area de saúde mental, com qualificação específicas, e a importância da educação permanente para tanto. Também observou se a necessidade da adequação da gerência de recursos humanos municipais na hora da adequação e locação de funcionários nos serviços de saúde mental, que envolvem uma complexidade de atuação maior. Bem como observou se que para efetivação de uma rede potente que viabilize a consolidação da raps e fortalecimento do caps e das ações de saúde mental municipal, em seus vários níveis de cuidado, é necessário uma movimentação orgânica , combativa, frequente , onde atores mais diretamente relacionados a saúde mental municipal estejam sempre em contatos com os outros órgãos, segmentos e unidades de saúde do muncipio, estabelecendo procedimentos intersetoriais, notas técnicas compartilhadas e ações em conjunto que fortaleçam o funionamento da raps e contribuam pra sua efetivação.

Conclusões

Conclui-se que ainda há um caminho muito árduo a percorrer, o qual esperava-se que mais de 20 depois do início do processo da reforma psiquitrica, hoje já estivesse em outro patamar, e que não há outro caminho que não seja fortalecendo os serviços em saúde mental, adotando medidas mais contundentes e assertivas acerca da formação desses profissionais , da escolha dos mesmos que vão atuar nesse rede, além do investimento das gestões municipais na valorização de saúde redes de saúde mental (raps) através de medidas mais concretas , como a obrigatoriedade da construção de projetos municipais de saúde mental, com participação de vários atores, órgãos e setores, fomentando a ampliação e consolidação dessa percepção da necessidade de um funcionamento em rede como caminho para superar a lógica manicomial excludente que enfraquece os serviços e relega ao caps o lugar de solitário nos cuidados em saúde mental, principalmente dos casos considerados mais severos. Desse modo, sem o fortalecimento municipal, também teremos regiões enfraquecidas em relação a temática, ao debate e adoção de medidas mais assertiva, culminando num estado da Bahia mais enfraquecido no que tange a temática correndo mais risco de repetir práticas manicomiais.