A Rede de Atenção Materna e Infantil (RAMI) visa assegurar às mulheres o direito ao planejamento familiar, acolhimento e acesso ao cuidado seguro, de qualidade e humanizado, no pré-natal, na gravidez, na perda gestacional, no parto e no puerpério e ao recém-nascido e à criança o direito ao nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento saudável. Logo, para efetivar a RAMI foi instituído a prática da consulta de enfermagem obstétrica no Hospital Municipal de Sapeaçu (HMS), o Conselho Federal de Enfermagem orienta e assegura a realização de consulta obstétrica por enfermeiras. A Organização Mundial de Saúde demonstra em diversas publicações que ocorre melhoria do cuidado ofertado com a realização das consultas de enfermagem obstétrica, além de pesquisas apontarem que 83% dos óbitos maternos e fetais poderiam ser evitados com o cuidado da enfermagem obstétrica. Nesse sentido a motivação para realização deste relato se deu pela equipe de saúde de Sapeaçu ao observar o aumento da procura por partos no HMS, fato que se deu pelo trabalho efetivo realizado. A questão problema do estudo foi: como a consulta de enfermagem obstétrica auxilia no fortalecimento da Rede de Atenção Materno Infantil em Sapeaçu-Ba?
Relatar a experiência sobre as consultas de enfermagem obstétrica, buscando o fortalecimento da Rede de Atenção Materno Infantil em Sapeaçu.
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado a partir de maio de 2022, com relatos até os dias atuais (maio de 2023), o qual descreve a experiência sobre as consultas de enfermagem obstétrica, buscando o fortalecimento da Rede de Atenção Materno Infantil no Hospital Municipal de Sapeaçu. As participantes do estudo foram às enfermeiras da rede hospitalar e básica, incluindo a obstetra e gestantes/acompanhantes. As enfermeiras que acompanham o pré-natal na Rede Básica enviam mensalmente uma planilha de gestantes para a Enfermeira Obstetra (EO), a qual avalia os dados da planilha e agenda as Consultas de Enfermagem (CE) para as gestantes do terceiro trimestre. Na CE a EO avalia dados vitais, incluindo BCF, a idade da paciente, idade gestacional, quantitativo de gestações anteriores, grupo sanguíneo e fator RH, exames laboratoriais e de imagem, cartão de pré-natal, relato de queixas e demais demandas que surgirem ao decorrer da CE. Vale destacar, que além das CE agendadas podem surgir as demandas livres e emergenciais, as quais também são acolhidas. Destaca-se que a CE é registrada em impresso padrão. Nesta oportunidade o Centro de Parto é apresentando a gestante, afim de estabelecer vínculo, segurança, afetividade e auxiliar no protagonismo do parto e nascimento.
As ações desenvolvidas pela Rede de Atenção à Saúde de Sapeaçu, em especial as Estratégias de Saúde da Família e Hospital Municipal, garante os direitos das mulheres, desde o planejamento da saúde sexual e reprodutiva, a gestação, parto, nascimento e crescimento. A realização de consulta com enfermeira aproxima a gestante do serviço e garante um parto seguro, respeitoso e humanizado. Destacou que a realização de Ultrassonografias e Exames laboratoriais complementares em momento oportuno direciona as condutas assertivas. Além disso, nota-se que o Acolhimento com Classificação de Risco a gestante, dinamiza o processo do cuidar, fomentando a adoção de medidas pertinentes para aperfeiçoar a resolutividade obstétrica. Nesse sentido, nota-se que ocorreu o aumento de adesão dos partos humanizados no HMS, onde consegue-se atingir mais de 92% dos partos das munícipes no hospital local, comumente apenas as gestantes de alta risco realizam o parto nas maternidades de referência. Foi observado também que gestantes de municípios circunvizinhos buscam o HMS para realizar o parto, justamente pela repercussão da garantia do parto seguro, respeitoso e humanizado ofertado/compartilhado realizado no HMS.
A partir das ações mencionadas, observamos que as gestantes do município passaram a buscar de forma efetiva o serviço do HMS, a partir das ações conjuntas com as ESF desde o pré-natal ao momento do parto. Também se tornou perceptível a resolutividade na assistência a mulher no período gravídico, reforçando que esse tipo de ação garante o cuidado integral e de qualidade.