FEIRA LIVRE É FEIRA COM VISA: UTILIZAÇÃO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO SANITÁRIA

Apresentação

A comercialização de produtos de origem animal em feiras livres é comum em pequenas cidades, contudo as precárias condições de higiene durante a comercialização expõe riscos à saúde da população. Nesta perspectiva, em parceria com o Ministério Público do Estado da Bahia, a vigilância sanitária de Eunápolis desenvolveu ações educativas que objetivaram dirimir os riscos e agravos decorrentes do comércio irregular destes produtos de origem animal. Desta forma, foram traçadas estratégias lúdicas de educação sanitária com ênfase na criação do jogo: FEIRA LIVRE É FEIRA COM VISA. A experiência descreve e discute uma estratégia voltada à educação sanitária, desenvolvida no âmbito da educação básica do município de Eunápolis.

Objetivos

De forma geral, o projeto FEIRA LIVRE É FEIRA COM VISA teve como objetivo, compreender como o uso de jogos educativos pode favorecer a aprendizagem dos alunos quanto à necessidade e importância de hábitos de higiene na ação preventiva às doenças e manutenção de uma boa saúde. No âmbito específico, foram avaliadas percepções dos comerciantes de produtos de origem animal no mercado municipal e os mecanismos de conscientização, educação transformação da realidade higiênico sanitária local.

Metodologia

Área de aplicação: as ações foram direcionadas e desenvolvidas nas escolas públicas do município de Eunápolis. Público: discentes da educação básica (ensino fundamental I e II) nos turnos matutino e vespertino. Etapas de aplicação: inicialmente perpassou pela exposição oral dos padrões higiênico-sanitários para funcionamento dos mercados municipais, informando os pré-requisitos para comercialização, os padrões de qualidade dos artigos comercializados e os pontos que devem ser observados no processo de aquisição dos produtos. Na sequência os alunos são distribuídos em grupos e o jogo FEIRA LIVRE É FEIRA COM VISA é entregue para o grupo inicial a atividade prática. Cada participante manipula um personagem e a cada jogada do dado é retirada uma carta com orientações ou dicas sanitárias relacionadas à feira. Ganha o jogo quem chegar no mercado municipal primeiro.

Resultados

Antes de qualquer coisa, deve-se ressaltar o enriquecimento cultural dos nossos discentes quanto ao pertencimento do mercado municipal. A feira não é apenas um local de comercialização de produtos, ela foi compreendida como espaço de socialização de saberes e culturas diversas. Inserir as questões higiênico sanitárias da feira no imaginário das crianças foi enriquecedor e a projeção é corroborar para a formação de uma população mais consciente do seu papel de consumidor no contexto da qualidade dos produtos. Através da ludicidade com a transmissão de orientações importantes para a formação de uma sociedade crítica, exigente e consciente, espera-se continuar corroborando para o fortalecimento da saúde local.

Conclusões

Defendendo a ampliação das políticas de saúde e sua pratica enquanto serviço oferecido a população, a vigilância sanitária deve cumprir seu papel na integração da educação popular e construção de um futuro livre de riscos e agravos à saúde da coletividade. Neste contexto, as práticas de Educação Sanitária devem ser ampliadas como formas alternativas de construção destes objetivos fundamentais das VISAS. É com contribuições teóricas e práticas como estas que a fiscalização ganha corpo, fortalecendo suas ações e resinificando práticas individuais e culturais que encontram-se em desacordo com as boas práticas de saúde. Desta forma, teorizando e praticando, rompem-se os muros da inspeção/punição e avança-se na transformação de paradigmas e consolidação de uma comunidade consciente no âmbito higiênico-sanitário.