ZOONOSES E SAÚDE PÚBLICA - ATENDIMENTO ASSISTENCIAL, EMERGENCIAL E ATIVIDADES EDUCATIVAS EM CAIRU/BA

Apresentação

Segundo entendimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) define se zoonoses como “doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos”. Na saúde pública, o médico veterinário junto à vigilância sanitária municipal, são parte importante no trabalho de garantir a prevenção e o controle de doenças que acometem os animais e que podem contaminar os seres humanos. No âmbito do governo municipal o médico veterinário pode servir a sociedade, atuando no setor público, junto a vigilância sanitária e epidemiológica, também junto a secretaria ambiental ou dependendo do tamanho do município, em laboratórios de centros de controle de zoonoses.

Objetivos

O objetivo de tantas ações desenvolvidas é vista para além da causa animal. Tratamos o problema de zoonoses com um problema de saúde pública, e o intuito da instituição municipal é a reduzir ao máximo os possíveis casos de zoonoses, e assim evitar os surtos de doenças que podem ser transmitidas entre animais e humanos, e ainda, sensibilizar a população sobre os riscos e com grande esforço para mostrar as formas de prevenção.

Metodologia

A secretaria de saúde atua coordenando uma equipe de trabalho interdisciplinar, que conta com assistência veterinária, ficais sanitários, assistentes, entre outros profissionais envolvidos em atividades educativas, palestras, produção de banners, cadastro de animais, fiscalização de animais de trabalho, atendimento a denúncia de possível mal tratos a animais, entre outras tarefas que estão sendo desenvolvidas constantemente. Com estes procedimentos os animais residentes no arquipélago tem tido uma atenção especial. O município conta com dois Médicos veterinários disponíveis para cuidar dos nossos animais, um que é residente em Morro de São Paulo, que presta assistência em uma parte das ilhas, nas localidades de Garapuá, Gamboa, Galeão, Zimbo e Morro de São Paulo, enquanto o outro médico veterinário que fica em Boipeba e é responsável por prestar assistência aos animais em outras localidades das ilhas, como Cairu, Torrinhas, Moreré, São Sebastião, Canavieiras e Boipeba.

Resultados

A partir da nova administração, que iniciou em 2021, já foram contabilizadas mais de 400 castrações, mais de 500 consultas clínicas, muitos atendimentos para realização de curativos, assim como pequenas intervenções cirúrgicas para retirar papilomas, também foram atendidas mais de quinze denúncias relacionada à maus tratos de animais domésticos, realizados quatro tratamentos para tumor venéreo transmissível (TVT), promoção e divulgação de vacinação contra a raiva (individual e em campanhas), palestras educativas nas escolas, palestras em associação de bairro, visitas e consultas clínicas oferecidos esporadicamente nas localidades mais distantes, ações educativas e de sensibilização com a comunidade, sendo que cinco delas específicas com os donos dos animais de trabalho (carga e passeio), cadastro e atualização de cadastro dos animais de trabalho, diversas ações de “Blitz” no intuito de encontrar animais de trabalho em condições inerentes a de maus tratos e/ou feridos, retirada de miíase, dentre tantas outras atividades de intervenção. Para as atividades realizadas nas localidades e nas ações educativas, a equipe se reuniu, e após pesquisas e estudos foram selecionados alguns temas, para que, fossem confeccionados cartazes adesivo e panfletos de papel adesivado e auto colante. O município tem também firmou uma parceria com a ONG local, que através da secretaria de saúde disponibiliza materiais básicos para a assistência aos animais acolhidos.

Conclusões

Apesar de recebermos muitas denúncias de animais de rua, o arquipélago não possui essa classificação de animal. Todos os animais que habitam nas ilhas possuem donos que, por ventura, ao sair para trabalhar deixam os animais na rua. Os poucos animais sem moradia são abrigados pela ONG local. Como recomendação propomos um maior incentivo a causa animal (Municipal, Estadual e Federal) e, também parcerias com as escolas para que essa sensibilização seja discutida e orientada a inclusão desta discussão na rotina do sistema de ensino desde do PPP (projeto político pedagógico) produzidos anualmente nas escolas.