BOAS PRÁTICAS PARA ELIMINAÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV E SÍFILIS NO MUNICÍPIO DE ITAJUÍPE-BA

Apresentação

A sífilis e a infecção pelo HIV são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que podem ser transmitidas verticalmente durante a gestação, na ausência de tratamento oportuno e adequado (PEELING et al., 2017). A taxa estimada de transmissão vertical do HIV (TV-HIV) pode chegar a 30% quando não é utilizada a terapia antirretroviral (Tarv) (AHMAD AHMAD AHMAD, 2017). No entanto, se adotada a Tarv e demais medidas preventivas, essa taxa se reduz para menos de 2%, principalmente quando não ocorre a amamentação (HILL et al., 2015). O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais uniformiza as intervenções relacionadas a esses agravos no pré-natal, parto e puerpério (BRASIL, 2019a). O PCDT para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes estabelece os procedimentos para crianças nascidas de mães com HIV, reforça a contraindicação da amamentação e orienta a disponibilização da fórmula láctea infantil às crianças expostas ou infectadas (BRASIL, 2018). O município de Itajuípe ao longo da série histórica de seus indicadores de qualidade apresentava número de crianças notificadas com Sífilis Congênita e HIV. Sendo assim iniciou-se no ano de 2017 aprimoramento, monitoramento e controle das gestantes diagnosticadas com Sífilis e HIV a fim de modificar o cenário municipal sobre esse agravo e o acometimento e sequelas nessas crianças.

Objetivos

Objetivo Geral: Eliminar a Transmissão vertical do HIV e Sífilis no município de Itajuípe-Ba Objetivos específicos: Identificar precocemente gestantes com HIV e Sífilis através da realização dos Testes Rápidos diagnósticos Tratar oportunamente e monitorar as gestantes diagnosticadas com HIV e Sífilis Acompanhar e monitorar os recém nascidos até 18 meses para certificação da não transmissão vertical

Metodologia

O processo de monitoramento ocorreu através do acompanhamento mensal do sistema Sisloglab (Sistema de Controle Logístico de insumos laboratoriais) analisando a inserção dos resultados de testes rápidos realizados e atentando para os resultados reagentes em gestantes. As gestantes diagnosticadas são notificadas e tratadas oportunamente para Sífilis e monitoradas rigorosamente com VDRL quantitativo mensal além do esgotamento de tentativas para tratamento dos parceiros. A Assistência Farmacêutica municipal garante o tratamento com o abastecimento da Penicilina Benzatina para as equipes de saúde assim que diagnosticado o agravo. As gestantes diagnosticadas com HIV são agendadas de imediato e acompanhadas pelo Centro de Referência em ISTs/AIDS do município macro de pactuação com garantia de transporte para o deslocamento e monitoramento do uso da Terapia Anti Retroviral, vinculação para o parto na Maternidade de Alto risco de referência com garantia da profilaxia para transmissão vertical do HIV na parturiente e RN.

Resultados

Para o indicador número 8 do Sispacto Número de casos novos de sífilis congênita em menores de 1 ano de idade, a meta Estadual e municipal é reduzir em 20% a transmissão vertical de sífilis e HIV. Considerando a série histórica e o incremento médio de casos de 19% ao ano no período 2013 a 2016, optou-se por reduzir a meta de 30% para 20%. Para os municípios silenciosos, sem registro de casos de 2013 a 2016, nos quais se estima ocorrência de casos, recomenda-se que a meta seja o número de casos estimados. O município de Itajuípe apresentou no anos de 2017 3 casos de Sífilis Congênita, no ano de 2018 03 casos de Sífilis Congênita, no ano de 2019 05 casos de Sífilis Congênita e desde de ano de 2020 não apresenta nenhum caso notificado de Sífilis Congênita no município. Nesses mesmos anos de 2017 a 2022 também não foi registrado nenhum caso notificado de transmissão vertical do HIV certificando que o município tem alcançado os objetivos propostos para as eliminação da Transmissão vertical do HIV e Sífilis com a instituição de boas práticas de monitoramento do pré natal.

Conclusões

Sendo assim, tendo em vista que o “Brasil ratifica o esforço em ações de vigilância, prevenção e controle da transmissão vertical de HIV e sífilis, alinhado com a Estratégia Global do Setor de Saúde sobre HIV e IST da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Estratégia Fast-Track do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids) e o Plano de Ação para Prevenção e Controle do HIV e IST da Organização Pan-Americana da Saúde” (Opas) (WHO, 2016a, 2016b UNAIDS, 2016 PAHO, 2016) e que também “reafirma o compromisso com os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas relacionados a saúde e bem-estar, direitos humanos, igualdade de gênero e redução das desigualdades” (UNITED NATIONS, 2015) é imprescindível implementar estratégias de boas práticas para o alcance desses objetivos para quê, em conformidade com o plano internacional, seja refletida a qualidade da assistência no pré-natal, parto, puerpério e seguimento da criança, bem como o reconhecimento do processo de trabalho realizado no território e por todos os envolvidos na eliminação da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis.