“PROMOÇÃO À SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM MAIRI-BA”

Apresentação

A promoçãoda saúde ao adolescente está além da prevençãode comportamentosde risco, envolvendo aspectos vinculados à qualidade de vida,satisfação pessoal,desenvolvimento de competências sociais,acesso às condições básicas de vida, entre outras.A adolescência é considerada uma fase de transição entre a infância e vida adulta,que vai dos 10 aos 19 anos, caracterizada por diversas alterações físicas e psicológicas o que requer um modelo de cuidado á saúde abrangente e integral (World Health Organization [WHO]2014).Desse modo,a promoção á saúde,tem sido um grande desafio, por considerar a adolescência uma fase de alterações biopsicossociais, uma vez que há o intuito de contribuir com escolhas conscientes e responsáveis pelos adolescentes as quais poderão refletir na sua vida adulta.Na atualidade,a automutilação em adolescentes é considerada como o resultado de complexas interações entre fatores genéticos, biológicos, psiquiátricos, psicológicos, sociais e culturais, tornando-se um relevante problema de saúde pública (GUERREIRO, 2013).Justifica-se a execução desse projeto,considerando que cerca de metade de todos os transtornos de saúde mental começa aos 14 anos, mas a maioria dos casos não é reconhecida e nem tratada, com sérias consequências para a saúde mental ao longo da vida .Nesse cenário,tem se observado o aumentoda automutilação não suicida entre os adolescentes,no município de Mairi(BA),através do aumento de solicitações em cuidado mental para o público de adolescentes.

Objetivos

Geral Proporcionar espaço coletivo de escuta aos adolescentes de 12 a 18 anos do município de Mairi-Ba. Específico •Desenvolver temáticas voltadas para minimizar a automutilação entre os jovens •Proporcionar troca de vivências com adolescentes, família e profissionais de saúde.

Metodologia

Trata-se de um relato de experiência, com adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos, através de busca ativa no domicilio, realizados no período de 10/05/2021 a 28/06/2021no CAPS(Centro de Atenção Psicossocial).Primeiro encontro, participaram do grupo 4 adolescentes.Como metodologia, realizou-se como forma de acolhimentos,um momento de fala e de escuta para podermos conhecer cada participante. Após isso realizamos uma dinâmica de quebra gelo, onde todas participaram.Segundo participaram 3 adolescentes.A metodologia foi a dinâmica de identificação e autoconhecimento.Terceiro foi marcado pela presença da psicopedagoga.Participaram 2 adolescentes. A forma de aproximação foi através da fala e escuta sobre as emoções e sentimentos. A escuta partiu da música do cantor Lulu Santos, Como uma onda.Quarto participaram 2 adolescentes, metodologia aplicada através da comunicação visual por desenhos,sendo estes realizados pelas adolescentes.Quinto através da dinâmica da mímica pode-se em conjunto com as 2 adolescentes que participaram do encontro, trabalhar expressão não verbal e a importância de observar como o nosso corpo fala.Sexto metodologia, foi trazido conceitos de famílias.Tratou-se também dos tipos de mães.Participou 1 adolescente.Sétimo participou nesse momento,1 adolescente. A forma de metodologia, foi a apresentação do vídeo tratando-se de mudança de papeis e relações de gênero.Oitavo, participou 2adolescentes.Realizado uma dinâmica de mitos e verdade sobre suicidio.

Resultados

A partir da realização do projeto e das falas durante os encontros foi possível perceber o fato de o adolescente não fazer qualquer referência à dor que sente na hora de se cortar. Ao contrário, referem-se, na sua maioria, ao caráter apaziguante de tal ato. Estes atos são realizados pelos jovens em momentos de uma insuportável tensão interna, com a qual não sabem como lidar. Trata-se, portanto, de uma dor que não encontra expressão pela via das palavras. Entretanto obtivemos êxito no primeiro momento, visto que levamos as adolescentes a um melhor enfrentamento dessa fase , trazendo a aceitação e a adaptação do cotidiano sem grandes problemas emocionais.

Conclusões

Para tanto conclui-se que a partir da melhoria da qualidade do atendimento aos adolescentes – seja por meio do acolhimento, dando voz, respeito e autonomia, seja na atenção clínica e na promoção da saúde criação de vínculo entre jovens e profissionais. Diante o que foi realizado e dos feedbacks trazidos tanto pelas adolescentes como a família, vale salientar a importância de replicar ações como essa que promove cuidado e atenção as demandas trazidas por esse público-alvo. Além disso manter de forma contínua deixando que o adolescente possa se expressar e compreender a fase complexa que estão vivenciando. O vínculo, participação, interatividade das adolescentes mais assíduas no grupo, são potencialidades que poderão ser exploradas para continuidade no cuidado em saúde.