O Programa Melhor em Casa veio como modelo de atenção integrado à rede, como substitutivo ou complementar aos demais serviços e tem como objetivo principal atender pacientes com quadros que requerem cuidados mais especializados, específicos e com uma frequência maior de visitas por equipe multiprofissional, cuja finalidade é evitar hospitalizações desnecessárias e com isso promover o gerenciamento de leitos nas unidades hospitalares. A equipe multiprofissional do Programa Melhor em Casa no município de Ribeira do Pombal, vem realizando suas atividades desde 04 de outubro de 2021 e foi habilitado pela Portaria GM/MS Nº 3.188 em 17 de novembro de 2021. A Equipe é caracterizada por: EMAD/EMAP tipo 1. O programa possui uma Coordenação e a EMAD é composta por 01 Médico, 01 Enfermeira e 03 Técnicos de Enfermagem. A EMAP é constituída por 01 Assistente Social, 01 Nutricionista, 01 Fisioterapeuta e 01 psicólogo. Conta também com o apoio de 01 profissional fonoaudiólogo. Muitas dificuldades foram encontradas, por ser um serviço pioneiro na região. Buscamos através de estudos, reuniões, discussões realizar o aprendizado quanto ao planejamento das ações dentro do programa, bem como a organização do processo de trabalho. Inicialmente tivemos uma grande demanda de solicitações de atendimento da equipe, onde grande parte dos pacientes não eram elegíveis para o programa e se enquadravam aos critérios de atendimento, configurando assim que existe uma demanda reprimida de VD.
Objetivo geral: Apresentar a experiência da equipe do serviço da atenção domiciliar, demonstrando as potencialidades e dificuldades da equipe em ofertar o cuidado no domicílio. Objetivos específicos: O programa melhor em casa vem atuando com base nas normativas vigentes, e tem sido bastante desafiador para a equipe, que ainda está aprendendo a trabalhar com essa nova modalidade de assistência. Percebemos uma demanda muito grande de pacientes que foram solicitados a avaliação da equipe do melhor em casa, porém não são elegíveis para o programa. Percebemos ainda um avanço quanto às experiências exitosas de pacientes que estão sendo acompanhados pelo serviço. Neste sentido, o projeto tem como objetivos específicos, descrever as ações realizadas pelo SAD, destacando os problemas identificados e descrever as estratégias adotadas, compartilhando os saberes e resultados alcançados pela equipe
Trata-se de um relato de experiência exitosa, que demonstra as ações realizadas pela equipe de atenção domiciliar no atendimento e acompanhamento da paciente MPOS, 68 anos, portadora de Neoplasia Maligna Gástrica, ocorrido entre os meses de janeiro e fevereiro de 2022, quando o SAD tinha apenas 03 meses de atuação no município. Problemas identificados: Paciente descompensada hemodinamicamente, hipotensão, anemia, inapetência, desconforto respiratório, ascite, edema (++++) MMII. Realizava acompanhamento oncológico em unidade de referência, porém havia desistido de dar continuidade ao tratamento em virtude da distância entre a sua residência e a capital baiana Ansiedade dos familiares e sobrecarga física e emocional de um dos cuidadores. Estratégia adotada: VD semanalmente com EMAD e EMAP Construção de PTS Ajuste de medicações e realização de exames laboratoriais Monitoramento dos sinais vitais, segurança do paciente no domíclio para evitar risco de quedas e prevenção de LPP Acompanhamento nutricional e fisioterápico Acompanhamento psicológico e do serviço social com paciente e familiares Intercorrências: Tosse, desconforto respiratório e dessaturação. Apresentou episódios de hipertermia. TR para COVID-19 positivo no final do mês de janeiro Monitoramento diário Vigilância da família Alteração no padrão do sono, usando medicação para dormir. Protocolo medicamentoso para COVID-19, musicoterapia, massagens com base na reflexologia.
Percebeu-se que durante todo o atendimento e principalmente na fase do COVID-19, houve uma mudança significativa no quadro clínico da paciente, uma vez que já possuia uma doença de base progressiva. As condutas tomadas pela equipe foi determinante no processo de reabilitação. Houve redução do volume abdominal e edemas em MMI, melhora do padrão respiratório, melhora do apetite e os sinais vitais mantiveram-se estáveis. Em nenhum momento houve necessidade de encaminhar paciente para unidade hospitalar, mesmo diante de algumas intercorrências. Percebemos melhora no convívio famíliar, redução do nível de estresse do cuidador e mudança de comportamento de todos os componentes do núcleo familiar. A família passou a ter uma confiança total na equipe, uma vez que todo o procedimento e conduta que era realizado na paciente era esclarecido para os familiares. Além disso, é notória a satisfação, a confiança e a credibilidade que a equipe tem levado para pacientes e familiares no conforto do lar.
O SAD tem como desafio principal adaptar-se às particularidades de cada núcleo familiar e no contexto em que este encontra-se inserido. Na atenção domiciliar, por muitas vezes, não temos a estrutura adequada no domicílio que atendemos, mas temos a certeza de que levamos a segurança e a tranquilidade necessária para os pacientes e familiares e o saber científico que muitos acham distante para mais perto das pessoas. Não olhamos apenas o problema do paciente, mas as suas potencialidades dentro da sua condição clínica e fazemos com que este viva da melhor forma possível no conforto do seu lar e ao lado de quem ama. Fazer atenção domiciliar é um desafio diário, pois enfrentamos muitas barreiras, dentre estas as sociais, financeiras, geográficas, gerenciais e no processo de trabalho, mas quando conseguimos tocar um coração humano, todas as dificuldades se transformam em combustíveis para continuarmos de forma humanizada impactando e cuidando de vidas.