CONTROLE BIOLÓGICO DAS LARVAS DO AEDES AEGYPTI NO MUNICÍPIO DE LAFAIETE COUTINHO

Apresentação

O Aedes Aegypti é o principal vetor das arboviroses que atualmente circulam no Estado da Bahia: Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. Sua capacidade de adaptação ao meio urbano é amplamente conhecida e o controle vetorial, a principal estratégia para evitar a disseminação dessas doenças. O município de Lafaiete Coutinho, na Região Sul do Estado, vivenciou, assim como outros municípios, uma epidemia de Dengue no ano de 2009. A partir daí, se organizou para assistir à população e para reduzir o número de casos através de medidas de controle do índice de infestação predial, como a distribuição de peixes predadores de larvas do vetor.

Objetivos

Reduzir a partir do controle biológico das larvas do Aedes Aegypti, os casos de arboviroses no município de Lafaiete Coutinho.

Metodologia

Através do trabalho dos Agentes de Combate às Endemias, foi identificado que o grande problema se encontrava nos reservatórios das residências, visto que, como no município, ocorre intermitência no abastecimento de água, no período do verão, com frequência a população armazena água em reservatórios baixos. Esses reservatórios, em sua maioria, estavam descobertos ou com cobertura inadequada. Assim, foi distribuído um tipo de peixe conhecido na região como piaba (lambari, aracu ou manjuba) que se alimentam das larvas do Aedes Aegypti. Como estratégia para mapeamento dos pontos críticos foi realizado o cadastro dos reservatórios baixos descobertos, a partir daí implantou-se o serviço do fornecimento das piabas pelos ACEs, para aquelas residências que aceitam o tratamento biológico, de um ou dois exemplares do peixe para cada reservatório, a depender do tamanho. Foi feita a divulgação através dos ACS, das unidades de saúde e lideranças comunitárias sobre os resultados positivos da piaba nos reservatórios para uma melhor adesão. Essa ação foi acompanhada por mutirões de limpeza promovidos pela vigilância epidemiológica local em parceria com outros órgãos municipais e população.

Resultados

Em 2009, ano epidêmico para Dengue, o município registrou 139 casos confirmados da doença, após o controle biológico com as piabas, nos anos seguintes, houve redução do número de casos confirmados, sendo registrados 02 no ano de 2010, 01 no ano de 2011, 20 no ano de 2012, 25 no ano de 2013. Em 2015 e 2016, anos endêmicos, foi confirmado 01 caso, não havendo confirmação de casos de 2016 a 2019, voltando a ter registros em 2020 ano endêmico, com 44 casos.

Conclusões

Com o impacto do trabalho realizado no município houve redução dos Índices de Infestação Predial e do número de casos nos anos subsequentes. Em decorrência da intermitência no abastecimento de água no município que se mantém, a distribuição das piabas continua a ocorrer regularmente, a fim de manter o Índice de Infestação Predial em parâmetros aceitáveis, diminuindo a incidência das arboviroses no município, e evitando a superlotação de pacientes com suspeita da tríplice endêmica nas USF para tratamento.