MUTIRÃO DE ATENÇÃO AO CUIDADO DOS USUÁRIOS HIPERTENSOS E DIABÉTICOS

Apresentação

No dia 27 de abril de 2022 as Unidades de Saúde da Família (USF) Tobias Alves dos Santos I e II, pertencentes ao município de Santo Estevão, Bahia, localizado a 157 km da capital Salvador, realizaram um mutirão para recaptação e classificação de risco cardiovascular dos pacientes hipertensos e diabéticos. Os profissionais das equipes mínimas das USF, em conjunto com os profissionais da equipe multiprofissional matriciadora e com os residentes da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), preocupados com a problemática da descontinuidade do cuidado aos usuários hipertensos e diabéticos do território, que mesmo com o abrandamento da pandemia de Covid-19, não retornaram ao serviço para manutenção do seu acompanhamento, discutiram em reunião qual a melhor forma de buscar esses pacientes para rede. Diante do exposto, ao se pensar nas consequências que essa interrupção pode ter para esta linha de cuidado, tendo em vista que as doenças do aparelho circulatório são as que mais matam no mundo, surgiu do grupo a ideia da realização deste mutirão.

Objetivos

– Realizar avaliação antropométrica, de saúde bucal, dos índices pressóricos, glicêmicos, do pé diabético e orientação farmacêutica dos usuários assistidos pelas USF, que estavam sem esse acompanhamento regular desde o início da pandemia de Covid-19 – Identificar os usuários descompensados para fazer um acompanhamento individualizado – Orientar os usuários sobre hipertensão e diabetes, quais os cuidados necessários, bem como hábitos alimentares e fatores de risco e proteção desses agravos – Classificar o risco cardiovascular para organização da agenda dos profissionais para o acompanhamento começar pelos usuários com quadro prioritário.

Metodologia

A ação foi realizada planejada pela equipe, a qual obteve da coordenação de atenção básica todo apoio e material necessário para execução. Foi escolhido um local fora das dependências da USF, a igreja católica do bairro, por possuir área ampla e arejada para acomodar o público com segurança. O fluxo de atendimento do dia na USF foi preservado, com o revezamento dos profissionais entre as atividades do mutirão e as atividades da rotina. A ação ocorreu nos dois turnos do dia, onde foi realizado: atividade de educação em saúde (sala de espera), avaliação antropométrica, aferição da pressão arterial, dosagem de Hemoglobina glicosilada (HGT), orientação farmacêutica (mediante receita médica), solicitação de exames laboratoriais, exame do pé diabético, avaliação odontológica e agendado de retorno para o acompanhamento (hiperdia) de acordo o risco classificado. Todos os procedimentos foram registrados em ficha específica, previamente elaborada pelos residentes, de maneira que os dados foram coletados de forma completa e objetiva, ao passo que puderam subsidiar a classificação de risco destes pacientes, para organização do fluxo de acompanhamento nas USF e intervenções imediatas nos casos agudos identificados.

Resultados

– Retrato do quadro de saúde dos usuários hipertensos e diabéticos do território – Identificação dos usuários descompensados para intervenção rápida e acompanhamento individualizado destes – Realização de educação em saúde com estes usuários, com disseminação de informações importantes acerca do autocuidado mediante aos agravos de saúde deste público – Classificação do risco cardiovascular desses usuários – Quadro clínico odontológico desses usuários para organização da oferta do serviço a este público – Identificação dos usuários que fazem uso incorreto dos medicamentos com orientação farmacêutica seguinte.

Conclusões

A execução dessa ação no município de Santo Estêvão, Bahia, foi de grande importância para estimular os usuários hipertensos e diabéticos crônicos, a retomarem seus acompanhamentos, de maneira a evitar grandes complicações por conta de descompensações de seus agravos. A pandemia de Covid-19, além dos adoecimentos diretos causados pela infecção, fez vítimas indiretas que por conta do isolamento social, tal qual foi-se necessário a suspensão de alguns atendimentos de rotina para evitar a disseminação do vírus. Diante disso, muitos usuários estão em descompensações de doenças crônicas, que também podem levar o indivíduo ao falecimento, principalmente em se tratando de doenças do aparelho circulatório, como a hipertensão, principalmente por agravar forma silenciosa. Portanto, o acompanhamento contínuo desses usuários é crucial para a prevenção de mortes evitáveis.