Após a confirmação, em 06 de março 2020, do primeiro caso importado do novo coronavírus no estado da Bahia, o município de Ipiaú, localizado no sul da Bahia, teve seu primeiro caso notificado em 01 de abril do mesmo ano. Desde então diversas medidas sanitárias e restritivas foram tomadas para controle da contaminação, dentre elas a suspensão das aulas presenciais. Em maio de 2021 com uma nova realidade epidemiológica em relação ao covid-19, com redução da média móvel de casos e o surgimento da vacina, houve a necessidade de ampliar as discussões sobre o retorno das aulas presenciais. Logo, foi proposta a realização de um Projeto Piloto, este que foi elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde de Ipiaú-Ba e apresentado ao Comitê Municipal Intersetorial de Gerenciamento Municipal, que objetiva a elaboração e retorno ás atividades presenciais dos alunos da Rede Municipal de Educação (pública e privada), em decorrência dos efeitos da Pandemia de Coronavírus COVID-19.
Este projeto teve como objetivo promover o retorno presencial no município de Ipiaú-Ba, associado a medidas de proteção a comunidade escolar, sobretudo aos alunos, funcionários, professores e suas famílias, a partir da avaliação do comportamento das instituições em relação ao cumprimento das medidas sanitárias em enfrentamento a Covid-19 implantadas nas instituições e a resposta epidemiológica no período e após o início das aulas presenciais durante o estudo.
O projeto foi aplicado em instituições escolares da rede pública e privada do município de Ipiaú/Ba, feito em duas etapas. A primeira contou com 07 instituições privadas pelo período de 31 dias, e segunda com 23 instituições públicas pelo período de 31 dias. Foi realizada a preparação dos profissionais da rede de educação, com treinamentos sobre as boas práticas sanitárias em enfrentamento ao covid-19 para o retorno das aulas presenciais e adequação do espaço físico das instituições, como sinalização para manter o distanciamento social, instalação de lavatórios e dispositivos de álcool a 70%, dentre outros. Foram realizadas vistorias das instituições pela equipe de Vigilância sanitária para verificação das adequações sanitárias. Após preparação e adequações foi iniciada experiência com a participação de profissionais e alunos em sala de aula, fiscalização diária para verificação do cumprimento dos protocolos sanitários e monitoramento dos participantes e do boletim epidemiológico.
Durante a execução do projeto por meio do monitoramento da vigilância epidemiológica, foi possível identificar que relacionado aos participantes das sete instituições de ensino que participaram da primeira etapa do projeto 08 foram notificados como casos suspeitos, 06 realizaram exame diagnóstico, 06 foram descartados e 0 confirmados para a covid-19. Das 23 instituições de ensino que participaram da segunda etapa do projeto 05 foram notificados como casos suspeitos, 05 realizaram exame diagnóstico, 05 foram descartados e 0 confirmados para a covid-19. Com relação cumprimento das medidas sanitárias de prevenção ao covid-19, foi verificado que tanto os profissionais quanto alunos se adaptaram a rotina de adequações sanitárias, principalmente ao uso da máscara, higienização das mãos e o cumprimento do distanciamento social.
Com este estudo foi possível avaliar indicadores epidemiológicos e sanitários em um cenário com ambientes coletivos e observar , que a ocorrência das aulas presencias quando realizada por meio de um planejamento, ações de biossegurança aliadas ao monitoramento, vigilância em saúde e comprometimento dos gestores e comunidade escolar, é o caminho mais seguro para um retorno das aulas presenciais nas instituições de ensino do município. Para a comunidade escolar, pais e alunos o resultado do projeto piloto foi imprescindível para garantir uma adesão no retorno das aulas presenciais, por apresentar resultados reais obtidos na prática. Os profissionais de educação demonstraram segurança para voltar as sala de aula, mesmo diante do novo cenário da pandemia.