HUMANIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DO PRE –NATAL AO NASCIMENTO

Apresentação

O município de Nova Soure, fica localizado na região nordeste do estado da Bahia, em fronteira com os municípios de Cipó, Olindina, Itapicuru, Sátiro Dias e Araci, distante há 242 Km de distância da Capital Baiana. A cidade de Nova Soure concentra uma população, estimada pelo IBGE em 2017, de 26.947 habitantes, com uma área territorial de 936,602 km², Densidade Demográfica de 25,40hab/km2 e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)0,555. De acordo com PDR, o município pertence ao NRS de Alagoinhas, tendo como microrregião Ribeira do Pombal. A saúde do município de Nova Soure dispõe da Unidade Hospitalar Coração de Jesus onde realiza atendimento emergencial, ambulatorial e obstétrico. A atenção primária compete com 9 unidade básica de saúde, contendo 10 equipes trabalhando para atendimentos as comunidades, Centro de especialidade que dispõe de atendimento do médico obstetra e da enfermeira obstetra e ultrassonografias, laboratório de análises clinicas, centro de convivência social que oferece reuniões e palestras com gestantes, serviços esses conveniados ao SUS que integram a rede de saúde. Segundo dados do SINASC, o município de Nova Soure apresentou no período de 2020 os seguintes dados. TOTAL DE CONSULTAS DE PRÉ – NATAL – 332 PARTOS VAGINAIS – 230 PARTOS CESÁRIOS – 102 REGISTRADO EM NOVA SOURE – 332

Objetivos

OBJETIVO GERAL: Qualificar o acesso e o cuidado a rede de atenção as gestantes no município de Nova Soure OBJETIVO ESPECÍFICO: – Realizar classificação de risco a gestantes – Melhorar a qualidade da assistência a gestante – Estreitar a comunicação entre a atenção básica e unidade hospitalar – Unificar o tipo de atendimento no contexto da humanização – Minimizar a insegurança das usuárias – Humanizar a assistência no pré-natal e nascimento – Reduzir as taxas de morbimortalidade materna, fetal e infantil.

Metodologia

Esse presente projeto trata-se de uma análise da experiência com a implementação das diretrizes propostas pela rede cegonha, que utilizou como fonte de dados, análise de sistemas de informação, documentos e normativas no município de Nova Soure. Foram distribuídos questionários de avaliação entre gestantes e puérperas, avaliando a melhora na humanização da assistência após o início da atuação da enfermeira obstétrica. O atendimento da enfermeira obstétrica deu início após avaliar os números de consultas de pré-natal no período de 2020 no SINASC, constatando que ocorreram 332 consultas de pré–natal, 230 partos normais, 102 partos césareos e em registros na UHCJ ocorreram 105 PSNV. Neste mesmo período, ocorreram 227 transferências para outros municípios, sendo que 125 dessas transferências foram partos normais que poderiam ter ocorrido na UHCJ, evidenciando baixo número de partos normais no município, e grande quantidade de encaminhamentos das gestantes para outras unidades. Além de entender que houve uma mudança na compreensão da gestação e parto, como experiência humana e tornou-se indispensável a necessidade de intensificar as práticas realizadas para a humanização tendo em vista a importância da enfermeira obstétrica no município. Em conjunto com a coordenação da atenção básica e de acordo com manual técnico de gestação de alto risco foram estabelecidos critérios para encaminhamento das gestantes.

Resultados

A adesão desse projeto no município contribui para melhorias da humanização na assistência de toda equipe da atenção básica e hospitalar, maior confiança da equipe hospitalar por ter uma profissional qualificada, redução no índice de gestante que procuram a rede privada, menor números de encaminhamentos, redução de transferências de gestante em trabalho de parto por insegurança da equipe no manejo ao nascimento, aumento dos partos normais no município, e maior adesão das gestantes ao pré- natal, vinculação da gestante ao local em que será realizado o parto, melhorando assim os marcadores do município. Diante disso todas as gestantes que se enquadram nos critérios pré estabelecidos são encaminhadas para a enfermeira obstétrica e acompanhadas pela mesma com consultas bimestrais, e todas as gestantes que entram em trabalho de parto são encaminhadas para essa mesma profissional na unidade hospitalar, onde são acompanhadas durante o trabalho de parto, nascimento até o momento da alta, com práticas para humanização da assistência, dentre elas estão: escuta qualificada, métodos não farmacológicos de alivio de dor, clampeamento em tempo oportuno de cordão, estimulo da posição não supina durante o trabalho de parto, contato cutâneo precoce entre mãe e filho, incentivar a amamentação na primeira hora de vida, o chá de benções, a pintura na barriga, o carimbo da placenta e o quadro de nascimento.

Conclusões

A humanização da assistência resgata a essência do cuidado,e sabendo que as políticas e recomendações do Ministério da Saúde, da rede cegonha e da OMS promovem assegurar a mulher seus direitos reprodutivos, atenção humanizada a gestação parto e puerpério a atuação da enfermeira obstétrica assegura todo esse modelo proposto. Nas falas das pacientes entrevistadas, emergiu a importância do resgate do parto como um evento natural e fisiológico, da importância da escuta qualificada, do vínculo entre atenção básica e local de parto. Acredita-se que este estudo permitiu desvelar o significado da atuação da enfermeira obstétrica na atenção básica e na assistência ao parto normal, compreendido pelas usuárias e equipe de saúde. Como implicações do estudo, pondera-se que esta pesquisa pode servir de subsídio para que outros municípios ou os próprios gestores sejam instigados em relação às mudanças necessárias no cenário de assistência a gestação e parto, para promover a atuação da enfermeira obstétrica como uma profissional indispensável na equipe de saúde.