PROJETO FISIUS – FISIOTERAPIA INTEGRADA À UNIDADE DE SAÚDE

Apresentação

O Projeto FISIUS (Fisioterapia Integrada à Unidade de Saúde) teve início em Janeiro de 2016 no município de Teixeira de Freitas, Bahia funcionando até início de 2017 e retornando em 2022. Foi criado o projeto Fisioterapia Integrada à Unidade de Saúde – FISIUS foi criado visando implementar o atendimento fisioterapêutico nas regiões de saúde consequentemente garantir e/ou melhorar o acesso do usuário ao serviço, evitando que a doença progrida e assim diminuir os atendimentos em média e alta complexidade, o que futuramente gera menos gastos ao município. Após definição da região de saúde a ser implantado o serviço, foram feitas pactuações com os setores de regulação, coordenação da Atenção Básica e Estratégias de Saúde da Família (ESF) envolvidas, com definição de fluxos de referência e contra referência e o perfil dos encaminhamentos.

Objetivos

Geral: O projeto tem como objetivo fortalecer a atenção básica, aumentando a resolutividade do sistema ao instalar um espaço fisioterapêutico dentro de uma Unidade Básica de Saúde – UBS de referência para cada uma das 5 regiões do município (leste, oeste, norte, sul e centro) e assim garantir a integralidade na assistência. Específicos: Organizar o fluxo de referência e contra referência dos pacientes portadores de doenças musculoesqueléticas e consequentemente aumentar o número de assistidos considerando que o atual centro de referência tem demanda reprimida. Aumentar a resolutividade do tratamento através da conscientização do autocuidado e comprometimento ao tratamento de parte do usuário prevenindo complicações secundárias. Aproximar a população ao serviço de reabilitação física e facilitar o tratamento das doenças músculo esqueléticas. Instituir parcerias ensino-serviço com a rede de ensino superior e assim contribuir para formação mais humanizada de futuros profissionais.

Metodologia

Inicialmente foi realizado estudos epidemiológicos sobre agravos crônicos mais prevalentes no cenário nacional, paralelo a isto levantou-se dados epidemiológicos municipal, selecionando o principal grupo de doenças com maior incidência e de maior demanda reprimida de atendimentos fisioterapêuticos. Realizou-se também estudos sobre a atuação da fisioterapia na atenção primária, avanços e entraves. Em seguida foi selecionado as regiões de saúde a serem contempladas, baseando-se na maior vulnerabilidade socioeconômica da população, o que dificultava o acesso aos serviços e a continuidade do cuidado. Após definição das Unidades Básicas de Saúde (UBS) a ser implantado a FISIUS, foram feitas pactuações com os setores de regulação, coordenação da Atenção Básica e Estratégias de Saúde da Família (ESF) envolvidas, com definição de fluxos de referência e contra referência e o perfil dos usuários a serem encaminhados, assim como foram feitas reuniões de apresentação do serviço para toda rede de reabilitação do município. Na parte técnica, foi definido protocolos de atendimento, traçando métodos mais eficazes de tratamento e que aumente a corresponsabilidade do paciente à sua condição de saúde. Posterior a isto, iniciou-se a estruturação física do espaço escolhido, equipando com recursos básicos de cinesioterapia, crioterapia e eletroterapia, para que em janeiro de 2016 iniciasse os atendimentos.

Resultados

Houve uma grande aceitação em todas as equipes envolvidas com relatos de maior visibilidade e credibilidade na oferta do serviço por maior facilidade do acesso No ano de 2016 foram atendidos no total de 159 pacientes onde 73% realizaram o tratamento sem abandono, e 44% receberam alta satisfatória, e 24% foram referenciados de maneira segura após um período de acompanhamento (média 10 sessões) e de 99 pacientes crônicos, 33% afirmaram ser primeiro contato com a reabilitação física. Na análise qualitativa observou-se mudança de hábitos relatada pelos pacientes, maior consciência na participação do cuidado e aumento da credibilidade no tratamento naqueles pacientes que já haviam sido submetidos a tratamento na rede complementar.

Conclusões

A experiência do Projeto FISIUS revela uma demanda por maior poder de resolutividade na atenção primária das patologias de grande prevalência na população utilizando-se de recursos básicos e de educação popular em saúde, assim como já ocorre na Saúde Bucal. Essa experiência de atendimento regionalizado e descentralizado, nos mostra potencialidades de maior humanização no acesso e acompanhamento do cuidado, compartilhando com outras equipes da Atenção Básica o manejo das situações de saúde. Diante dos desafios enfrentados no planejamento e execução do projeto é possível indicar recomendações para o fortalecimento do diálogo na Rede de atenção, utilizando a Educação permanente como estratégia para capacitação dos profissionais diante dos desafios que surgem a partir da implantação de uma Política de Humanização no SUS que objetiva possibilitar inovações nas ações gerenciais e nas ações de produção de saúde, de modo a propor novas formas de organização dos serviços de saúde.