Uma das estratégias de cuidado usadas no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS são os grupos terapêuticos, espaços em que juntos os usuários tem a possibilidade de discutir e ouvir sobre as diferentes vivências de cada participante, elaborando assim, seus anseios e expectativas. O grupo terapêutico potencializa as trocas dialógicas, o compartilhamento de experiências e a melhoria na adaptação ao modo de vida individual e coletivo (BENEVIDES, 2010, p.2). É nesse contexto que surge o Grupo terapêutico Bem Estar no CAPS de Una/BA.
O grupo teve como objetivo promover a reflexão sobre a importância da promoção da saúde e prevenção de doenças, além da mudança de atitudes relacionadas à saúde mental, com o intuito de estimular o público-alvo ao pensamento crítico e reflexivo sobre suas ações e conceitos relacionados à saúde.
A metodologia aplicada foi a participativa, que consistiu numa interação com o público-alvo, explicando e informando sobre os temas propostos. A metodologia participativa é entendida como ato interativo entre os atores sociais, na perspectiva de conhecer o contexto no qual se encontram, dessa forma, ela possibilitará maior compreensão da problemática, tornando-se um parceiro na promoção da saúde e evitando o agravamento do sofrimento psíquico dos usuários do CAPS.
Durante os cinco encontros foram abordadas temáticas como: a importância das emoções o uso correto da medicação autoestima prevenção ao suicídio e resilência. Houve a participação de em média 20 usuários por encontro, de Julho/2023 a Setembro/2023. Foi possível notar que houveram usuários mais participativos, comunicativos e outros mais quietos e introvertidos, porém, todos estiveram abertos e curiosos quanto à proposta do projeto. Em muitos momentos trouxeram experiências pessoais para compartilhar com o grupo, falando de suas vivências relacionadas aos temas. Ficou evidente que eles possuem um forte vínculo com a equipe de trabalhadores do CAPS e entre si. Também foi identificados que grande parte dos participantes não sabem ler, escrever e que apresentam o desejo de aprender, o que será informado à gestão do serviço, tendo como sugestão uma intervenção visando a maior autonomia dos usuários.
Assim sendo, ressalta-se a significativa importância de espaços para à promoção da saúde, bem como a intersecção entre as ações de cuidado da atenção primária e secundária. Além da necessidade e relevância em se ter um local seguro para a expressão de sentimentos e emoções, trocas de experiências e vivências como fatores essenciais para o fortalecimento de vínculos, de proteção da saúde, adesão aos tratamentos, continuidade do cuidado.