A INSERÇÃO DA ARTE NO HOSPITAL ESAÚ MATOS: RESISTÊNCIAS E PRÁTICAS ESPERANÇOSAS EM TEMPO DE PANDEMIA

Apresentação

A inserção da Arte no ambiente hospitalar é uma ferramenta importante e com potencial para ser explorada, um instrumento eficaz para a mitigação dos impactos negativos da pandemia nos pacientes. A metodologia de criações cênico artísticas efetivada através de técnicas e práticas integrativas e complementares, ganha espaço no ambiente hospitalar, tornando-o acolhedor e desmistificando a máxima de que hospital e arte não se relacionam. Nesse contexto, a participação de voluntários e colaboradores se torna essencial, dentro do Hospital Municipal Esaú Matos, localizado em Vitória da Conquista, na Bahia, que atende toda a região sudoeste, além de ser referência em maternidade infantil. Onde o público alvo são gestantes, bebês e familiares de crianças. Tudo isso faz com que o sujeito/paciente esteja em um sistema formativo, expressivo e investigativo para identificação, reconhecimento e experimentação de como lidar e interpretar as suas emoções, a ansiedade e os impactos subjetivos de uma doença que não temos como mensurar. Não é um processo terapêutico, este é outro campo, mas é uma perspectiva de um olhar especial, subjetivo sobre a vida e a saúde, mesmo se tratando de um local fora do âmbito das artes.

Objetivos

Promover um ambiente criativo-colaborador e humanizado por meio da inserção da arte no cotidiano dos pacientes, como forma de minimizar os impactos da pandemia.

Metodologia

Como estratégias para a diminuição dos impactos gerados no âmbito hospitalar, foram utilizados a princípio os procedimentos da arte, tendo como base o levantamento a metodologia triangular de “Ana Mae Barbosa: conhecer a arte, o fazer artístico e apreciar uma obra de arte. Tendo a Arte como fator mediador e construtor de uma visão sensível, o projeto ainda associa materiais poéticos, abordagem de temas de saúde de forma lúdica e criativa. A cada ação eram realizadas atividades essencialmente artísticas, sendo elas de teatro de bonecos, sempre respeitando o distanciamento social, momentos musicais, coral de canto com funcionários do hospital e informação lúdo – terapêuticas sempre abordando temas pertinentes ao momento do COVID-19. O presente projeto é resultado de ação conjunta e colaborativa. Faz parte de um projeto maior intitulado “A arte no ambiente hospitalar”.

Resultados

Foram realizadas diversas ações educativas e sociais, mesmo na pandemia da Covid-19, onde não era possível aglomerar, tudo isso para assimilação e reconhecimento de uma participação ativa com a comunidade, apoiadas sobre a ótica de quem cuida precisa ser cuidado, de que os impactos gerados numa pandemia serão sentidas a logo prazo e que mesmo estando num ambiente hospitalar, as atividades devem seguir firme e com todos os protocolos atualizados. Assegurando assim, a ampliação de diversas teias de comunicação com a sociedade, foram realizadas atividades dentro da pediatria, dos setores de obstetrícia, dentro da UTI neonatal, e todos os ambulatórios. Sempre trazendo elementos artísticos e culturais a fim de diminuir os impactos agressivos da pandemia, sendo elas: a depressão, a ansiedade e o medo da morte. Um dos impactos expressivos e nitidamente visíveis era a relação entre profissional e paciente, que mesmo em ambiente hospitalar, quando se optava pela realização de uma das ações artistica, era expressamente sentida um local mais agradável e com sensações de pertencimento. Tornando assim, uma atenção especial ao tratamento para com os pacientes e os acompanhantes do hospital materno infantil.

Conclusões

O projeto, alinhado ao pensamento do SUS, dentro das Práticas Integrativas e Complementares, permite que a cura brote e se elabore através das emoções. Desta forma, a saúde age como um “coletivo”, a arte como “ferramenta” para diminuir os impactos causados por uma pandemia, pois também demanda de olhares mais abrangentes relacionando as particularidades, domínios físico-emotivos, sociopolíticos, ambientais e epidemiológico, adequando ao contato com a cultura hospitalar, que por sua vez carece de cuidados, também, especiais.