A crise financeira e a possível paralisação de novos atendimentos por parte do Hospital Martagão Gesteira foram temas abordados em reunião na manhã desta quarta-feira, 27, na sede do Ministério Público do Estado da Bahia, no bairro de Nazaré, em Salvador. O Cosems/BA foi representado pela diretora Denise Mascarenhas, que é secretária de Saúde de Feira de Santana.
A reunião foi conduzida pelo titular da promotoria de saúde infantil, Carlos Martel Guanais, que salientou a importância da “força-tarefa” que une esforços dos municípios, estado e a Liga Álvaro Bahia que administra o Hospital, no sentido de minimizar os problemas e garantir os atendimentos, em virtude da possibilidade do cancelamento de serviços como neurocirurgias e cirurgias de correção da fenda palatina em pacientes com lábios leporinos, entre outros.
Denise Mascarenhas salientou o esforço empreendido pelo Cosems/BA diante das dificuldades apresentadas pelo Martagão Gesteira e demais entidades filantrópicas, e lembrou que o desfinanciamento do SUS é uma realidade que tem prejudicado a rede de Saúde, sobretudo no que diz respeito ao municípios. Ela salientou ainda a importância da aproximação das áreas técnicas da Sesab e Cosems para a maior compreensão do panorama atual do financiamento da saúde no estado.
Representantes da área técnica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) e da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), apresentaram dados referentes aos aportes financeiros firmados com o Hospital Martagão Gesteira. Informaram ainda que atualmente há seis contratos firmados com a entidade em nível estadual, e mais um que conta com a participação dos municípios através do teto financeiro da Atenção Média e Alta Complexidade (MAC).
O superintendente da Liga Álvaro Bahia, Antônio Novaes, deu explicações sobre a situação atual do Hospital Martagão Gesteira no que diz respeito às finanças e aos esforços empreendidos no sentido de sanar a dívida que hoje chega a R$25 milhões. Ele se comprometeu a negociar com colaboradores e fornecedores na tentativa de que não haja suspensão dos novos atendimentos.
Ainda segundo Novaes, a possível paralisação de novos atendimentos atingirá pacientes de oncologia, além do corte da metade das cirurgias cardíacas. Com isso, 120 procedimentos mensais deixariam de ocorrer. Foi citada ainda a falta de abastecimento de materiais hospitalares e remédios, por causa de uma dívida acumulada há seis meses.
Também estiveram presentes à reunião: a representante da Secretaria de Saúde de Salvador, Marta Rejane; o chefe de gabinete da Sefaz, Adriano Chagas; a médica coordenadora do Martagão Gesteira, Adriana Cardoso; os técnicos da Sesab Rodrigo Machado, Naia Lucena e Camila Castro; a representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/BA), Érica Batista.
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