A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) afirmou por meio de ofício encaminhado para o Conasems, Conass e Ministério da Saúde que nesta segunda-feira (18) 250 médicos da cooperação cubana para o Programa Mais Médicos desembarcaram no Brasil. Esses médicos se juntaram aos outros 50 profissionais que já haviam chegado no início do mês. Ainda esta semana, dia 21, chegarão mais 250 profissionais.
Esses médicos e outros, num total de 1.100, que devem chegar entre julho e agosto estão vindo para ocupar vagas em aberto há mais tempo em municípios vulneráveis. Os cubanos recém-chegados devem ficar em Brasília por cerca de 20 dias para resolver questões burocráticas de documentação e logo após irão para os municípios previamente selecionados pelo Ministério para ocupar os postos de trabalho.
Os médicos cubanos que estão atuando no Programa cujos contratos vencem este ano devem retornar a Havana a partir de novembro.
Na última quinta-feira (14), o Conasems, Conass e Ministério da Saúde se reuniram com representantes da OPAS e do governo cubano em Brasília, dentre eles, a vice ministra de saúde pública de Cuba, Marcia Cobas Ruiz.
A vice-ministra havia informado que “a decisão é que os médicos que estão no Brasil retornarão para Cuba ao fim do seu contrato e outros médicos virão para substitui-los”. Porém, considerando a delicadeza do momento que o Brasil está vivendo – Olimpíadas, enfrentamento do vírus Zika, eleições municipais – o governo de Cuba se comprometeu a não retirar nenhum médico da cooperação cuja missão se encerre no 2º semestre/2016, e só retomar a substituição a partir de novembro de 2016 pós-eleições municipais.
O presidente do Conasems, Mauro Junqueira, afirmou que desde o início a entidade, que representa todas as secretarias municipais de saúde do país, apoia o Programa Mais Médicos. “Nenhum programa do SUS teve a magnitude e o alcance do Programa Mais Médicos. Através dele, conseguimos contar com médicos nas áreas mais remotas do país, onde a maioria dos profissionais brasileiros não quiseram ir, e felizmente, os intercambistas, especialmente os cubanos, foram e estão fazendo um ótimo trabalho. Temos o retorno positivo de todos os secretários, principalmente dos que são gestores em municípios pequenos e de difícil acesso”.
O Programa levou profissionais a 4.058 municípios, 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e atende hoje mais de 60 milhões de pessoas. “Muitos desses municípios nunca tiveram um médico para atender a população. Desde a periferia de grandes metrópoles como São Paulo, até o interior de regiões isoladas, todos compartilham a mesma dificuldade de fixação do médico”, acrescentou Mauro.